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Previsão de 30 mil empregos em Niterói a partir de 2020

Prefeito Rodrigo Neves com a secretária de Fazenda Giovanna Victer e o secretário de Desenvolvimento Econômico Luiz Paulino apresentam o plano Frente Marítima. Foto: Ibici Silva

O início das obras da dragagem do Canal de São Lourenço, que prometem trazer restauração da circulação hidrodinâmica e revitalização do setor naval em Niterói, está marcado para o começo do segundo semestre de 2020, anunciou o prefeito Rodrigo Neves, na manhã desta quarta-feira (4), durante a apresentação do Programa da Frente Marítima, no auditório do Firjan Leste Fluminense, para empresários e autoridades do governo local.

No decorrer dos próximos dez anos, o município deve gerar cerca de 30 mil empregos nos mais diversos setores, sendo esta uma “expectativa ainda conservadora”, informou a secretária de Fazenda, Giovanna Victer, responsável por apresentar o projeto, que também explica o fato do número de ofertas estarem ligados diretamente ao setor naval e indiretos, gerados pelo setor indutor, que atrai áreas importantes. A previsão mostra que o município está efetivamente ligado ao futuro.

"Fizemos os cálculos do crescimento econômico, a perspectiva, para não gerarmos uma expectativa de criação enorme de emprego já para 'depois de amanhã'. Não vamos cometer essa irresponsabilidade. Por isso, fizemos as contas e sabemos de fato que em oito anos vamos gerar esse resultado de 30 mil empregos", finalizou Giovanna.

A entrega da licença para as intervenções já deve ser concedida na segunda quinzena deste mês, pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) - tendo como prazo máximo o início de janeiro. Antes disso, há todo um desenrolar técnico e jurídico ainda em andamento.

Esse calendário faz parte do cronograma de licenciamento ambiental obrigatório, que começou no dia 23 de outubro, durante audiência pública sobre a apresentação sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), realizada em conjunto pela Prefeitura de Niterói e o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), custeado pelo próprio município com o valor de R$ 772.598,53.

“Hoje eu tenho orgulho de dizer que a cidade tem mais de R$ 1 bilhão ainda guardado, mesmo com tantos investimentos em Educação, Saúde, e demais áreas. Destaco também que há um papel determinante da iniciativa privada com as ações realizadas pelo governo municipal. Agora é arregaçar as mangas e começar o projeto no máximo no segundo semestre do ano que vem”, frisou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.

Durante a reunião, também foi apresentada uma assinatura na ordem de R$ 30 milhões, feita em 28 de novembro, pela gestão Executiva com a Universidade Federal Fluminense (UFF), com foco na criação de pelo menos dois editais para desenvolvimento de tecnologias, sendo o primeiro deles em Pesquisa Aplicada e o segundo em Geração de Ideias de Negócios, Aceleração e Incubação de Startups. 

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Aposta do setor naval e pesqueiro, a dragagem do Canal de São Lourenço começa ano que vem e a secretária de Fazenda Giovanna Victer fala sobre a expectativa de geração e empregos e a retomada do desenvolvimento econômico.

Frente Marítima

O plano da Frente Marítima tem seis ações da Prefeitura, sendo elas: Dragagem do canal de São Lourenço; Programas de qualificação técnica indicados pelas indústrias; Promoção comercial para atração de fornecedores e rodadas de negócios; Editais para desenvolvimento de tecnologias para o setor marítimo, portuário, óleo e gás e pesca; Requalificação urbana, de infraestrutura e acessos na Ilha da Conceição; Implementação do terminal pesqueiro. 

A dragagem que dá acesso ao Porto de Niterói é fundamental, uma vez que atualmente a profundidade do calado é de sete metros, devido o assoreamento – o que impede a entrada de navios de grande porte e automaticamente prejudica a competitividade da região no setor naval. Com a intervenção, o calado passará para 12 metros e aumentará a possibilidade de tráfego das embarcações.

Para a vereadora e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval, Verônica Lima (PT), com o projeto Niterói mostra que é ousada e está disposta a investir e oferecer empregos.

“A Prefeitura está fazendo um investimento de R$ 200 milhões para a dragagem. É uma obra esperada há pelo menos 40 anos. A nossa cidade é um ponto cintilante fora da curva, ousada e muito especial. A cidadania só é exercida com plenitude se as pessoas têm acesso ao emprego. Estamos vivendo uma fase histórica em que o Brasil atinge quase 14 milhões de desempregados e precisamos mudar isso”, contou.

O Porto está a pouco mais de 100 quilômetros da rota dos navios e embarcações que irão atuar diretamente na prospecção do pré-sal, sendo estratégico para a logística nesta área. A expectativa é que Niterói possa voltar a incrementar sua vocação nas áreas de offshore, reparos navais, alfândega e cargas, com a realização de grandes negócios na área naval, o que trará  emprego e renda e ampliação de faturamento ao município.

Uma prévia do estudo aponta que a dragagem deverá ser realizada em sete áreas localizadas em Niterói e três em São Gonçalo. Além disso, o Canal de São Lourenço deve ser aberto sob o atual acesso à Ilha da Conceição e terá 20 metros de largura, com 300 de extensão e três metros de profundidade.

“Estamos vivendo um sonho. São vários projetos importantes para os próximos anos, como o Mercado Municipal, a própria dragagem e o terminal pesqueiro. A atual gestão se preocupa com os empreendedores da cidade”, celebrou o secretário de Desenvolvimento Econômico Luiz Paulino. 

Emprego

De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), nos dados do acumulado deste ano até outubro, a região Leste foi a terceira que mais gerou vagas (3.916), atrás apenas de Norte e Sul do estado.

“Esse projeto de lançamento do Polo Mar traz enormes perspectivas na melhoria do ambiente de negócios. Ele afeta positivamente o segmento de óleo e gás, o mercado de pesca e vai criar uma sinergia para que os demais segmentos como construção civil, educação, prestação de serviços também venham dando suporte. As perspectivas são excelentes e só temos que reconhecer a importância desse projeto”, disse o presidente da Firjan Leste Fluminense, Luiz Césio Caetano.

Especificamente, na indústria, a Leste foi a região que mais abriu vagas (3.911), com todas as atividades industriais abrindo portas: Construção (2,6 mil), Transformação (866), Serviços Industriais de Utilidade Pública (234) e Transformação (223).

Na indústria da Construção da região Leste vale destacar as vagas criadas em Itaboraí e Rio das Ostras, em Obras de infraestrutura - respectivamente 1,9 mil e 546. Niterói também se destacou em Construção de Edifícios (+353 vagas) e Maricá em Serviços Especializados para Construção (+247 vagas).

Na Indústria de Transformação, se destacam as vagas abertas em Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos (+668 vagas) – destaque para Niterói (269), Rio das Ostras (+157) e São Gonçalo (+131), Fabricação de Coque, de Produtos Derivados do Petróleo e de Biocombustíveis (495 vagas) – em Cabo Frio, Fabricação de Produtos de Metal, Exceto Máquinas e Equipamentos (+341 vagas) – principalmente em Rio das Ostras (+136) e Niterói (+72).

Audiência Pública

Em outubro, uma audiência pública feita em conjunto pela Prefeitura de Niterói e o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) apresentou um estudo com peças fundamentais para as intervenções. 

A reunião não tinha caráter decisório ou deliberativo, sendo apenas uma das etapas necessárias para que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) pudesse concluir a análise da matéria e dar o aceite para a liberação das intervenções. 

Após a dispensa do instituto, os resultados seriam apresentados pelo INPH aos órgãos competentes do Governo Federal.

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